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05 abril 2010

Falta de Acessibilidade na Televisão Brasileira

Gente, que absurdo! Pra quê tanto dinheiro gasto em Tecnologia se 90% dos programas brasileiros, seja ele ao vivo ou gravado não apresenta o famoso recurso chamado de CLOSED CAPTION??


Me lembro no dia que ele foi lançado senti que o mundo estava aos meus pés, eu podia saber de tudo o que estava acontecendo no mundo! Informação é mais que necessária, é obrigatória! Mas depois vi que nem todos os programas apresentam esse recurso!


 Seja em Filmes que passa na Globo, nas novelas, e olha que nem todas as novelas da Globo tem Legenda hein? E em alguns programas de fofoquinha e entre outros, o Programa do Luciano Huck não tem, vê se pode? O do faustão nem! da Xuxa e nem da Angêlica e alguns programas da Record e Band, bate a minha vontade de assistir e quando to sozinha fico perdida porque fazer leitura labial com as imagens mudando a cada um segundo, paciência né? E quando to assistindo acompanhada tenho que ficar perguntando toda hora o que a bosta do fulano falo!


E eu nem consigo ver CQC, um ótimo programa que prega o valor da cidadania, que critica político ali, acolá e por ai vai, mas sim, se é uma informação humorística de senso crítico que critica tanto mas cadê a ACESSIBILIDADE? Será que diretores, produtores da MAIORIA desses programas sem CLOSED CAPTION não pensem no todo? Que não existe só o público "normal" que assiste a esses programas? Cadê o meu direito como CIDADÃ pra adquirir a maioria das informações para poder construir meu senso crítico, direito a dar opinião, debater e pensar? 


Uma vez fiquei pensando por que será que nem todo programa tem? Será que o problema é aqui no meu Estado? Será que algo está errado fazendo com que a legenda não chegue?? Penso sempre nessa possibilidade, porque todo ano, a sorte que esse ano não aconteceu, o closed caption parava de funcionar quando acabava o horário de verão, acreditam nisso? E eu perdia uma monte de jornal e minhas novelas preferidas! Ficava mais que mordida e começava a gritar: Mãiehhhhhh a legenda não ta funcionando! Liga logo lá pra merda da emissora daqui de Macapá mesmo pra eles colocarem a legenda senão vai rolar o procon no meio disso tudo!! E a mamãe respondia: Mas ahh de novo?? Vo ligar já já e encher a paciência deles...sempre é assim todo ano, menos nesse, mas a legenda só voltava no próximo horário de verão...ai que ódio!


Paciência, hoje no Twitter eu falei tanto do CQC que ia mandar um monte de e-mail protestando, huahauhua e mandei e vamo ver no que vai da!


Pra quem não sabe o que é Closed Caption, ai vai:


Segundo o site Soluções em Acessibilidade existe três tipos de Closed Caption



O CC Online

O closed caption online ou legenda oculta em tempo real é uma ferramenta utilizada para transcrever sob a forma de legendas os diversos tipos de transmissões ao vivo, como telejornais, programas de auditório, programas ou eventos esportivos etc. O registro do áudio dos programas em legendas é possível por meio de 2 modelos de tecnologia: por estenotipia ou por software de reconhecimento de voz.
Na estenotipia, a transcrição é feita por meio do uso de códigos e da combinação de teclas. Essa tecnologia faz uso do Estenótipo, equipamento para a transcrição de textos que exige a prática de profissionais qualificados e treinados para seu manejo.
Por meio de um software, o recurso de reconhecimento de voz interpreta a voz do narrador e produz o texto que, em seguida, é exibido no formato de legendas.
O CPL, através de um projeto apoiado e financiado pela FAPERJ, FINEP e MCT, está desenvolvendo um software nacional de closed caption online que fará uso de um moderno sistema de reconhecimento de voz plenamente adaptado à língua portuguesa

O CC Offline

O closed caption offline – legenda oculta pós-produzida – 
é utilizado em programas gravados, como filmes, novelas, 
documentários, seriados, comerciais etc. Para a sua produção, 
o CPL utiliza duas soluções de softwares de alta qualidade 
do mercado internacional.

O closed caption offline exerce a função do áudio do programa, transcrevendo as informações literais e não literais, como latidos, trovoadas, música, rangidos, gargalhadas etc. Outros recursos informativos que operam como facilitadores para a compreensão da comunicação por pessoas com deficiência auditiva também são aplicados, por exemplo, utilizando colchetes nas legendas posicionadas acima do falante, como forma de assegurar ao usuário quem é o locutor da mensagem quando a cena não permite ou dificulta esse reconhecimento e ainda por existir mais de um falante em cena; o uso de legendas múltiplas para otimização de tempo de leitura; o trabalho com edição de texto como meio de obter um resultado ágil e eficiente.
Todos esses recursos foram desenvolvidos e aprovados por seus usuários com a intenção de facilitar e permitir a mais perfeita compreensão do programa.

O CC Offbox








Com a aquisição de um novo software de legendas, testado em suas diversas aplicações e interfaces, o CPL desenvolveu o closed caption offbox – o closed caption offline para uso exclusivo em DVD e sem a tradicional tarja preta.


Esse recurso foi utilizado nos 60 filmes do Projeto Videoteca 2ª Edição: mostra de filmes nacionais para pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Na ocasião, recebeu excelente crítica por parte deste público.
Temos o direito de obter nosso direito, tecnologia hoje em dia é feita como a Água, e pra isso serve que ajude a melhorar a acessibilidade, não custa nada tentar afinal vai aumentar a audiência de um monte de programa ai! HAUHAUHUA
Obrigada!!

31 março 2010

Gente que saudade!!


Meu deus! Olha essa minha roupa de "bióloga"! Nesse dia eu falei pra galera que tava pronta pra cortar cana! hauahuaha


Isso não quer dizer que eu larguei meu Blog, ainda estou aqui.
A minha ausência por aqui é que eu comecei o meu segundo experimento, eu não falei ainda pra vocês?




Pois é, eu sou bolsista do Cnpq pela Unifap, faço um estudo de ocorrência de Parasitóides de Dípteros na entomologia Forense, comecei a bolsa no ano passado em Setembro e termino esse ano em Setembro, o meu estudo é voltado para a biologia, taxonomia e sua ocorrência em cada fase de decomposição,  aqui em Macapá quase não tem um estudo voltado a esse indivíduo, por isso escolhi trabalhar com eles porque está sendo desafiante e maravilhoso. Minha equipe faz coleta diariamente desde dia 9 de março, até nos dias de sábado e domingo e fico acabada e ainda estamos fazendo coleta!! Depois disso temos que fazer as triagens dos indivíduos por ordem, fora isso tem que estudar, pesquisar e não para por ai!

Então eu acabo colocando o meu Blog em segundo lugar, afinal, esse é meu último ano como universitária e no fim de ano apresento TCC e minha defesa da conclusão da bolsa do CNPQ. Tenho aqueles frios na barriga, mas prefiro não pensar muito, vou continuar levando e fazendo o que tenho que fazer! 

É isso gente, é difícil fazer as duas coisas, porque quero que as duas coisas saiam muito bem e tenho medo de postar muito rápido no Blog pra não sair todo "torto" entendem?? hehehe Obrigada pela paciência!!
Aqui vai uma foto de um Parasitóide para vocês!


ENFIM:
FELIZ PÁSCOA E BOM FERIADÃO, APROVEITEM! 


Relembrando e tentando voltar ao Ritmo!

Estou aqui vendo qual história conto a vocês da minha vida!

Pensando.....





Ah! Me lembrei!

Um dia desse eu estava conversando com a mamãe depois que a novela viver a vida tinha acabado de passar aqueles depoimentos reais da luta das pessoas pra viver e nesse dia estava uma mãe falando sobre a filha dela que tinha paralisia cerebral e ela lutou para que sua filha fosse aceita na escola normal, ela disse que a escola não queria aceitar mas ela insistiu até que aceitaram a sua filha

Minha mãe comentou que ela nunca insistiu nas escolas que não me queria, ela ficava péssima, como se fosse o fim do mundo, os funcionários inventando desculpas que não tinha vaga para mim, ela simplesmente ia atrás de outra escola. Foram três escolas que não me aceitaram, posso falar os nomes? Vou dizer porque isso é passado: Sesi, Santa Mônica e o trem da Alegria que hoje é chamada de moderno, inclusive, eu estudei no moderno no segundo e terceiro ano, minha mãe foi me contar só depois que na primeira fez que ela foi atrás eles não me aceitaram, hiiiii.

A única que me aceitou de primeira sem questionar foi o Cedap, na qual estudei até o primeiro ano.

Uma vez, quando estava na primeira série, na hora do recreio tinha duas meninas da terceira série que não iam com minha cara, não sei por que, mas sem querer me gabar, acho que eu era linda demais pra elas, uma menina loirinha, branquinha e tudo mais rsrsrsrsrs!

Um dia eu tava brincando e um delas veio na minha direção, vocês acreditam que eu lembro o nome dela?? E acreditam que era Gabriela também???? Que coisa eu hein!!

Ela veio na minha direção e ficou na minha frente, ela me disse que eu era loira burra e me deu um tapa na cara! Sério, levei um tapa na cara de uma menina que mal conhecia com apenas 8 anos de idade! Eu não fiz nada e nem me lembro de ter chorado, mas resolvi contar para minha professora.

Me lembro que fiquei pensando como eu ia me vingar dessa garota....

E um dia, foi na hora da saída, eu fui atrás dela e dei um puxão no cabelo dela pra trás, olha a minha covardia: ela estava de costas para mim e foi pega de surpresa rsrsrsrsrsrsrsrs!

Não me lembro se foi antes do puxão de cabelo ou depois que minha professora me pediu para ir à sala dela e mostrar quem tinha me dado um tapa, mas eu me vinguei isso sim, oh menina invejosa! Hauhauhauhua

Em 2009 eu vi essa menina na Unifap passando no meu lado, ela tinha acabado de entrar na Unifap esse ano enquanto eu já estava desde 2007, e olha que ela na época do infeliz incidente ela estava na terceira série e eu na primeira série...

08 março 2010

Mulher em Destaque

No meu caderno de alfabetização tinha uma foto da Mamãe, que lindo né? heheh


Um exemplo de mulher que deve ser seguido é: Minha Mãe.

Tal mulher passou por todas as adversidades e maiores barreiras.

Lutou pelo melhor de suas filhas.

Acima de tudo, nunca perdeu a esperança ao saber que uma de suas filhas ficou surda.

A primeira coisa que ela pensou foi:

Minha filha vai ter um futuro bom e uma vida perfeitamente normal.

Claro que veio aquele momento de desespero, afinal, mulher é dotada de emoções.

Mas depois veio um sentimento fortalecedor que foi: acreditar, dá amor, atenção, honestidade, generosidade e humildade e saber enfrentar as dificuldades da vida.

Tudo que sou hoje é graças a minha Mãe.

Uma mulher que sempre pensa em unidade, que mostra um pulso de  solidariedade, que exclui o egoísmo, a traição, a mentira do caminho dela.

Que pensa por todos, que o mundo não gira ao redor de nosso umbigo, que tudo que fizemos influencia, cedo ou tarde, na vida de outrem.

Por apresentar essa garra muito forte, passam a confundi-la como uma mulher autoritária e tradicional, mas na verdade é a mensagem de uma mulher verdadeira, que procura que suas filhas tenham caráter e princípios, respeito ao próximo e a si mesmo, e essa atitude pra ela, nunca foi de tempos antigos, é essência do ser humano e utilizo minhas palavras: está na fita do nosso DNA.

Graças a ela, que me ensinou que sendo surda, não significa que sou incapaz e excluída, apenas tenho que me esforçar mais que o necessário até minha vida se estabilizar, que tenho que lutar pela minha vida, minhas conquistas e acima de tudo ser uma pessoa melhor.

Tenho até quase os mesmos defeitos dela quando ela era jovem, hoje ela amadureceu, é claro,e eu ainda estou na jornada de me tornar um dia uma grande mulher.

E espero sinceramente, ser a mulher que minha Mãe é, e com mais um pouco de mim mesma.

A ambição é o puro senso de dever pois a si só não produz frutos realmente importantes para a pessoa humana, pelo contrario os frutos verdadeiros derivam do amor e da dedicação para com as pessoas e as coisas.


Feliz dia das Mulheres!

26 fevereiro 2010

Coisas Inexplicavelmente irritantes.

Sabe aquela sensação de como você é tratado por aqueles de uma forma totalmente irritante e até inexplicável.

Quando alguém me vê pela primeira vez, eles pensam que eu sou ingênua, coitadinha, boazinha, educadinha, delicadazinha... Não se enganem!

Eu sou capaz sim, na cara de pau de fazer tudo isso acima só pra enganar, mas sinceramente, não consigo! É perda de tempo e experiência!

Uma coisa que me deixa p.. da vida é quando alguém chega comigo falando em linguagem de sinais e começam a falar meio que rasgando a boca pra mim, pelo amor de Deus também não é assim não...

É quando uma pessoa chega comigo e começa a me tratar como se eu fosse uma criança de 2 anos, dá vontade de dizer bem alto e estupidamente claro: Alôooooo! Tenho 22 anos! Tenho um corpo são e mente sã!!!

E teve até gente que me perguntou: mas você pode dirigir? Mas como?? Imaginem a minha cara....

E outra, é muito difícil, mas muito difícil alguém querer me fazer mal, porque eles tem pena, pois já sofri demais na vida, que nada!! Ainda tenho muito que viver hauahuahua. Não to brincando, as coisas ruins que aconteceram comigo foi quando eu estava na primeira série, umas meninas não foram com a minha cara. 
Depois conto essa historia. As pessoas que mais brigam comigo, como sempre, é minha família e meus grandes amigos e meu namorado, eles não tem papa na língua comigo não hein! Falam o que tem que falar quando estou errada e eu também perco a cabeça com eles! Tem que ser assim! E eu também erro muito com as pessoas e às vezes é bem feio.

Uma vez minha mãe foi num mercado pertinho da minha casa, e chegando ao caixa a dona do local perguntou: eu vi sua filha com o namorado dela, ele também é surdo?

O QUÊ?? PAUSA AIIIIII!

Que isso minha querida, minha mãe levou um susto e disse: não senhora, ele escuta muito bem! Ah! Se eu tivesse lá, mas eu não faço nada huahauhaua.

E tem outra, não vou dizer quem é, mas se ela ler isso com certeza vai se identificar: eu sempre vou, às vezes, na casa dela junto com a mamãe, e ela me perturba falando que tem um pastor  que vai me fazer voltar a ouvir, porque ele já fez várias pessoas voltarem a ouvir que é pra mim ir lá rezar e orar, que vai me fazer voltar a ouvir! Já repeti que ele vai me fazer voltar a ouvir se eu for lá?

Desculpe se ofendi alguém que acredita nisso, mas pra mim milagre só quem faz é Deus, não dessa forma material, não existe milagre material, só exclusivamente espiritual. Ela fala pra mim como se eu sofresse absurdamente por ser surda, que chega a ser uma ofensa.

Mais respeito pelos surdos oralizados,  é pra isso que existe a INFORMAÇÃO, por isso meu objetivo do Blog é esse, informar e esclarecer pra acabar com os estereótipos acerca de nós.

Cabra Cega




Uma vez resolvi brincar de Cabra cega! RS

Nessa época eu morava em Macapá, mas sempre ia aos feriados, fins de semana passar um tempo em Porto Grande na minha casa que era de alvenaria, mas ainda não era pintada.

E sempre ia toda a família, inclusive meus primos, na faixa de etária de 4 a 14 anos.

E num dias desses resolvemos brincar de Cabra cega!

E começamos a nos organizar e foi:

Minha prima Rafaela foi mãe..menos eu
Meu primo Marcel foi mãe..menos eu
Minha irmã foi mãe..menos eu
Minha prima Maíra foi mãe..menos eu!!

Isso porque ninguém conseguia me pegar! Hauahua

E esses primos começaras a reclamar que eu ainda não tinha sido mãe! E falaram que era a minha vez!

E eu na boa, falei que ia ser! Ai lá foi, pegaram um pano e colocaram nos meus olhos e amarraram bem forte!

E meu rodaram, rodaram e rodaram e eu comecei a contar: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8......

Peeeennsa e Imagiiiigem!

Eu tava surda e cega nesse dia, mas isso nem passo pela minha cabeça, eu me sentia perfeitamente normal 
nesse dia! E os meus primos também, acharam aquilo uma coisa como outra qualquer! Graças a Deus né??

Depois de contar comecei a procurar cegamente, e nada! Procurava e nada, por todo o canto infinitamente e nada! E os desgraçados ficavam me dando umas cutucadas!!

Mas continuava a minha caçada pela minha casa com as mãos que nem uma múmia (sabem né?) Mas nada! 
Até que fui andando e andando e resolvi virar........................................................................ Dei uma cabeçada na parede de casa, e toquei minha cabeça e fui olhar e tava só sangue!! Pronto, bem feito pros meus primos e resolveram chamar o papai e a mamãe! Hauahuahua

E eles tiraram o pano e me levaram pro pronto socorro, e eu nadinha de chorar, e fui lá na boa e levei três pontos! Hauahuahua

É eu não tinha equilíbrio ainda, e os meus olhos servem até hoje pra me manter em equilíbrio! Pensem, eu criancinha sem escutar nada e ver nada nessa brincadeira de boa vontade que meus primos me colocaram! Hauahuahua

13 fevereiro 2010

Falando em Balé



É gente, aqui eu de novo em Pleno Carnaval, amo Carnaval, se eu pudesse eu dava um giro por Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Olinda e qualquer cidade de puro carnaval!

Como eu disse, amo dançar desde pequenina.

Mas minha paixão mesmo por dança começou quando eu tinha 11 anos.

Na minha escola Cei começava uma nova aula, e a aula era de dança de todo o tipo, e foi uma galera nessa onda, só meninas, é claro.

Minha professora se chamava de Lívia, era gente fina só, e começou a dar aula básica de balé pra gente e eu adorei, não faltava em nenhuma aula!!

Fui dançando e dançando e pegando o jeito e um dia a professora disse que tinha um teste para ganhar bolsa num estúdio de Balé da irmã dela que se chamava de Rose, e o nome do estúdio era Studio Rose.

Todas as minhas amigas se inscreveram e, inclusive eu, é claro. Não demorou muito para sermos chamadas para fazermos o teste. Passou um tempo e chegou a hora do teste e era assim: tínhamos que fazer os passos básicos do balé que aprendemos com a professora Lívia e tínhamos que dançar um pouco também.

Eu fiz lá a minha parte! Fui dançando o que tinha aprendido, fui dando uma enrolada lá pra agradar a coreógrafa Rose! RSRSRSRS

Nessa fez demoro pra sair o resultado! E era a professora Lívia que ficou responsável para a divulgação final! Adivinha? Eu entreiiii!! Eu e mais 3 amigas minhas!

Eu fiquei tão feliz, nem imagina, meu sonho era dançar Balé.

Eu me esforcei muito nesse estúdio, sempre fui chamada pra fazer parte das apresentações, no total eu já fiz várias, acho que mais de 20 apresentações, contando com as apresentações que a professora Lívia me chamava para fazer nas comemorações de datas especiais da Escola, foram tantas que perdi a conta.

De tanto que eu me esforçava no Studio Rose, eu fui logo aceita pra fazer parte da Companhia Principal do Balé, ou seja, aumentei de nível, pois já podia fazer o uso da sapatilha de Ponta e dançar com os melhores dançarinos do Studio Rose. Participei de duas apresentações de Balé Clássico chamado de Flocos de Neve e o Balé clássico famoso chamado Gisele, e participei de um balé contemporâneo bem organizado pela coreógrafa Rose chamada de a Lenda do Boto, essa dança foi uma tanto cansativa, nós ensaiávamos na lama do Rio Amazonas todos os dias! E nossa apresentação foi linda, aquela coreografia bem fogosa na lama! E fiz mais outras danças por ai, não to bem lembrada.

Eu era considera uma das melhores, vou dizer aqui o que me diziam na época: você tem um charme na dança, uma simpatia e facilidade de fazer um giro mesmo não escutando nada. Isso mesmo eu era a única bailarina surda no Studio e fui bem aceita graças a minha força de vontade em querer dançar e o fato de eu ter um problema no equilíbrio, mas eu fazia de tudo pra não perder o equilíbrio.

Na escola eu era conhecida como a bailarina, porque eu fazia todas as apresentações, e sempre participava do desfile de miss caipira e ganhava todos hushuhauhauha, inclusive, ganhei o último título de miss caipira simpatia na minha universidade huahauhua!

Eu coreografei na escola as minhas próprias danças, e escolhia minhas próprias músicas. O meu método era assim: eu colocava o som e sentia a vibração e começava a contar até começar a música, e depois ia pra área pra começar a dançar, então eu começava a dançar através da contagem que senti na vibração que a música tinha começado a tocar a fundo (vocês entenderam ? hauhauhua, to tentando explicar aqui!).

 Eu queria fazer a risca, queria dançar de acordo com a música mesmo não ouvindo as pausas e ritmos nitidamente, por isso o aparelho auditivo sempre me ajudou muito nisso, tinha alguns sons que eu conseguia escutar, mas eu tinha que ficar um tempão ouvindo atéee entender. Era difícil, porque eu repetia isso umas milésimas vezes até ficar perfeito tanto na dança e seguindo a música. Isso mesmo era dançar no silencio, porque era tudo contagem, voltava a sentir o som e contava quando tempo levava depois dançava contanto na cabeça, era mais ou menos assim.

 Minha irmã sempre me ajudou nisso, ela me dava um sinal quando a música começava, ai eu contava até a música começar a tocar a letra e ia contanto tudinho na cabeça até a música e a dança acabar.

Esse método eu só utilizava quando fazia apresentação individual, eu sempre quis dançar sozinha ahauhaua. Antes de entrar no palco, a professora Lívia sempre ficava atrás de mim pra me da um cutucão no momento que a música começava e o resto do trabalho era tudo comigo!!

Nas danças coletivas era mais fácil, porque ficar olhando os outros fazendo acaba ficando perfeito, e reparar no ritmo que o corpo se movimenta é como escutar a música.

Sabem aquelas pessoas que não tem muito jeito pra dançar, ficam dançando fora do ritmo? Pois éee, é um perigo pra mim, se eu tiver sem aparelho e nem sentir vibração alguma vou jurar que é daquele jeito que se dança hauhauhauhau!

É isso gente, dançar é vida e magia! Passei 4 anos no Studio mas eu larguei porque queria novos horizontes!



09 fevereiro 2010

Alunas surdas aprendem a dançar pelas vibrações do som no corpo As oito meninas do grupo do Ballet da Cidade têm entre 13 e 64 anos

Navegando pela net e encontrei essa matéria! Confiram!Silvana de Castro | silvana.castro@zerohora.com.br
Dançar sem música pode parecer impossível para qualquer pé-de-valsa. Mas para alunas de um balé de São Luiz Gonzaga, nas Missões, o som é secundário. Surdas, elas dançam no silêncio.

As oito meninas e mulheres desse grupo do Ballet da Cidade têm entre 13 e 64 anos. Há três anos, sentem o ritmo pela vibração das ondas sonoras no tablado e no corpo durante as aulas. Para levar a dança para a vida das alunas, a bailarina e coordenadora do grupo, Lisia Di Primio, explora a percepção e a observação aguçadas dos surdos.

— Fizemos exercícios para elas perceberem os ritmos. Elas sentem os batimentos cardíacos, ficam descalças para notar a vibração no chão. Elas sentem a música — conta a professora, voluntária no projeto.

Olhar os movimentos da professora é um dos trunfos para aprender:

— Antes, eu dançava em baile. Olhava como os outros estavam fazendo e sentia a vibração no corpo — conta Cíntia Marques da Cruz, 15 anos, confessando que desde que as aulas começaram nutre dois sonhos: aprender a dançar balé e desfilar como modelo.

A comunicação entre elas e Lisia é intermediada pela professora das classes especiais Ilsa Dubal de Souza, que repassa às meninas as instruções da coreógrafa a cada ensaio. Nas primeiras coreografias do grupo, as alunas aprenderam o balé moderno, com músicas propositadamente bem marcadas. Agora, o desafio de Lisia é ensinar o balé clássico, com ritmos menos vibrantes.
Entrando no ritmo
Os surdos podem sentir os sons das músicas. Com as vibrações da ondas sonoras no corpo e no chão, percebem os ritmos e as pausas. Como desenvolveram a observação, captam rapidamente os movimentos da coreografia olhando o professor. Têm facilidade com a dança, pois utilizam a expressão corporal e facial para se comunicar.
 fonte ZERO HORA

Música, Música e música.



Eu sempre amei dançar, já dançava desde meu 2 aninhos, na batida da musica da Angêlica e Xuxa, era fã delas.

Na festa da moranguinho no aniversário da minha irmã em Barbacena (MG) estava tocando uma música, lembro que eu dançava com aquela vontade toda de criança inocente (vocês sabem como é né? Criança tem uma dança sem noção hauhaua)
.
Mesmo depois que fiquei surda, eu só conseguia sentir a vibração, mas para mim, parece que eu estava escutando, eu nunca, em nenhum momento, deixei de amar a música, mesmo quando a ficha caiu ao descobrir que eu realmente era surda.

Eu sempre toco a minha mão em qualquer equipamento que emite sons, como rádio, televisão e por ai vai. E começo a sentir aquela batida, seja ela rock, metal, axé, valsa, pagode não importa, mas sempre coloco e consigo entender a música como ela é.

E quando compro DVDs, piratas especialmente (que vergonha né?), tem que ter legenda, nem adianta, música sem legenda e só com som pra mim não tem graça nenhuma. Não importa a língua da legenda, tem que ter! Coloco o DVD e coloco meu aparelho auditivo e coloco o volume bem alto e boto a legenda e fico lá cantando e fazendo aquelas mexidas no corpo de acordo com a música, e quando não estou com aparelho eu gosto de sentir a vibração que vem do chão, do sofá da sala hauhauha. É assim mesmo, o meu modo de captar a música é esse!

Minhas Músicas do Momento!

Beyoncé

Halo


Black Eyed Peas

I Gotta Feeling

Black Eyed Peas

Meet Me Halfway

Colbie Caillat

Fallin' For You

Katy Perry

Thinking Of You

Tem Muito mais! Mas nem to lembrada hahahahaha

04 fevereiro 2010

O despertador

Tem dias que eu pego o busão e sempre to com uma bolsa grandona, e passo na roleta e procuro uma cadeira e me acomodo.

E tem dias que entro e todo mundo fica me olhando e eu penso: será que sou gostosa demais? Feia demais? Um monstro? Ou sou sexy pra andar de ônibus? Hã hã?? Mas sim! Porque ta todo mundo me olhando hein!!? Meu aparelho auditivo chama tanta atenção assim??hã?? rsrsrs

Chego em casa e abro a bolsa e a primeira coisa que olho, sempre, é meu celular, e lá estava o celular com o despertador que tinha tocado várias vezes, meu despertador é programado pra tocar 10 minutos toda manhã, as vezes esqueço de desativar ele! Então era isso!! Rsrsrsrsrsrsrs

Era o barulho danado que ficava tocando no ônibus e eu nemmmmmm, tem dias que nem consigo sentir a vibração do celular! Ai eu penso: então era por isso que não paravam de me olhar, ele tocando e eu nemmmmm! rsrsrsrsrs

Desenho feito por mim!

27 janeiro 2010

O homem que jurava que estava ficando surdo.

Eu conto esse fato hilário da vida real pra todo mundo que um dia pode se transformar numa das piadas mais famosas do mundo!


Eu e minha amiga Raylene acabamos de sair da escola Moderno e fomos pra parada de ônibus. Ficamos lá um bocadinho de tempo e veio nosso ônibus. Nós sempre sentávamos atrás do ônibus, era mais divertido porque o ônibus balançava mais! Rsrsrs


Sentamos lá e começamos a conversar, como ela pego a mania comigo de fazer leitura labial, então a gente passava a maior parte do tempo falando mudo, mudo mesmo e não saia nenhum sonzinho sequer
.
Ficamos um tempão falando assim, horas e horas conversando, e conversa aqui e ali, sobre meninos, escola, homens gostosos, namorados e sobre o menino que ela era afim, na verdade louquinha até demais. Rsrs


Ai do nada um cara que estava sentado atrás de nós tocou no ombro da minha amiga, eu estava sentava na janela, o cara meio que colocou o rosto dele inteiro bem no meio do meu ombro esquerdo e no ombro direito da Raylene e fez essa exata e maravilhosa pergunta:


___ Oi, eu queria saber se eu estou ficando surdo? Porque vocês estão falando aí e eu não estou ouvindo nada!


Minha amiga Ray começou a rir, e fiquei na minha porque não tinha entendido nada do que o cara tinha falado e eu com cara de assustada me perguntando o que esse intrometido estava querendo fazer bem perto da nossa cara. E a Ray disse:


___ Não! E riu. É que nós estamos falando mudo.


Isso eu tinha entendido, mas nem me toquei na hora porque ela tinha falado isso.

Ai o cara se afastou com cara de desespero e disse:


___ Ah sim, é que eu achei que tava surdo...


E a coitada da minha amiga ficou rindo lá sozinha à toa e eu com cara de pateta perguntando o que ele tinha dito.


E ela me explico tudinho eu comecei a rir muito, e olhei pra trás pra ver o rosto dele e ele tava rindo também.


Bora rir gente?
ahuahuahauahuahuahuahauahuahuahauahuahuahauhauahuahauhauahuhauhauahuahuahauhauahuahauhauhauahuahauhauhuahauhauhauahauhauhauahuahuahauhauahuahuahauhauhau


Moral da História: o surdo de verdade é que não tava entendendo nada!




Minhas Amigas: Ray na primeira, eu no meio e a terceira é Xiba (essa não pode faltar aqui). Grandes Amigas.


Relendo o Post

Hoje eu reli o post “Vestibular é isso aê!


Admito que não gostei muito, mas já foi publicado, posso apagar mas não quero. Mas tudo bem!
Eu esqueci completamente de acrescentar coisas que considero interessante no meu ponto de vista.


Aí vai uma crítica boa e ruim.


Digamos que eu nunca me acostumei em fazer prova com acompanhante, eu acho desnecessário para mim, não sei para outros surdos, sejam oralizados ora sinalizados. O que mais que deixa um tanto com dor de cabeça, é o modo como os acompanhantes nos tratam, eles querem explicar a prova além da conta meio que querendo fazer a nossa prova.


Quando eu estava no primeiro período com 5 anos eu já sabia ler, tinhas meus erros gramaticais no mesmo nível que as crianças normais, e isso foi uma vitória para meus pais, mas a minha dificuldade, era a interpretação. Então quando passei no primeiro período minha mãe resolveu me matricular novamente no primeiro período, justamente para aperfeiçoar a minha capacidade de interpretação textual. Isso foi muito bom, reforcei mais ainda o meu português e aprendi a ler e a escrever melhor e enfim a interpretar melhor, porque segundo minha mãe, eu não sabia mesmo, eu viva perguntando o que era isso ou aquilo.


Devido ao meu bom desempenho nessa questão, eu consegui chegar a um bom nível de interpretação. E a maioria dos surdos, especialmente aqueles que não conseguiram ter um bom treinamento, seja pela falta de um fim financeiro e até mesmo pela falta do apoio familiar, apresentam certa dificuldade de interpretação textual, e muitas vezes não conhecem a gramática ao todo. Isso dificulta muito para desenvolver uma redação e até interpretar uma pergunta ou um texto de qualquer fim informativo e é ai que entram os acompanhantes em provas como vestibular e concursos públicos.


E como em toda minha vida, na escola e na universidade atualmente, eu não precisei de acompanhantes, meu desempenho sempre veio de mim mesmo, o que me irrita é que é obrigatório ter um acompanhante no seu lado senão você não pode fazer parte daquela porcentagem destinada aos portadores de deficiência, eu admito sem medo que gosto de fazer parte porque é mais fácil passar hauhauahuahuahauhauahuahua. Pelo mesmo a universidade exigiu isso de mim, vai saber né!!


Portanto o dever dos acompanhantes é explicar a eles, o que o texto pede e fala, o que infelizmente é errado, porque a maioria não sabe ler sabendo muito bem que eles  são capazes disso e os acompanhantes fazem com que eles não tenham a vontade de ler e estudar interpretação textual. Essa relação de dependência me incomoda um tanto no meu nervinho....


E o ruim disso tudo, aqui em Macapá alguns são assim, digo a maioria e não sei se fora do meu estado a situação é a mesma, eu sou surda oralizada e não preciso de acompanhantes e eles vem querer me explicar sem eu pedir e por educação eu deixo eles fazerem isso, fico com pena deles, que precisam conhecer mais sobre todos os tipos de surdos que existe nessa face da terra, que a necessidade de cada um é diferente. Eu quero muito que minha linda cidade um dia chegue a esse nível. E o pior, todos os acompanhantes começam a falar em Libras comigo e vocês imaginam como fica minha cara?? HÃ?? Hi?? O que?? É mesmo?? Não entendo nada! Ai eu falo toda sem graça: não sei libras hi....... Em vez de eles perguntarem: você faz o uso de libras ou leitura labial?


Eles são sim importantes para aqueles que precisam deles,  mas seria melhor sem aquela dependência  incalculável? Ensinar a todo surdo que ser independente é o único modo de sobreviver.
Obrigada!